"Não me incomoda ter o Estado como accionista"
"Não me incomoda ter o Estado como accionista. Não seria uma situação virgem. Tive o Estado na minha vida durante dez anos quando fui administrador da ANA - aeroportos de Portugal", afirmou Santos Ferreira, na apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano, em Lisboa. O responsável falou mesmo na análise jornalística sobre o BCP para se referir ao não incómodo em ter o Estado como accionista.
"A Sonangol é uma empresa, mas os senhores [jornalistas] costumam escrever que ela actua como um fundo do Estado", acrescentou. Santos Ferreira disse ainda que, até agora, os accionistas Sonangol e Teixeira Duarte referiram que "não tinham nada de princípio contra a linha de capitalização". O presidente do BCP disse hoje que o banco vai estudar várias opções para se recapitalizar, incluindo o recurso ao fundo de 12 mil milhões de euros, mas recusou a ida à linha ainda este ano.
Para o responsável, para tomar essa decisão será fundamental conhecer as condições de entrada do Estado no capital dos bancos, o que ainda não está clarificado. "Não conheço nenhumas condições, não sei se serão 'standard', se terão uma base 'standard' e uma base variável para cada caso. Há muita especulação e poucos dados concretos. Mas será inevitável que se saiba isso a curto prazo, porque é uma condição importante das decisões que todos vão ter tomar", reiterou.